Envelhecer é um processo natural, gradativo e contínuo, que começa no nascimento e se prolonga por todas as fases da vida.
Apesar de não haver um momento específico que defina uma pessoa como idosa, a idade de 65 anos tem sido tradicionalmente associada a essa fase da vida por sinalizar o momento em que,nas sociedades industrializadas, as pessoas geralmente deixam a força de trabalho. Ou deixavam, porque essa prática está sendo revista na maioria dos países.
Em contraposição ao conceito de envelhecimento normal – o conjunto de doenças e limitações que afetam muitas pessoas idosas – tem se discutido cada vez mais o conceito de envelhecimento saudável. que refere-se ao processo de envelhecimento que não vem acompanhado de incapacidades ou doenças debilitantes. Pessoas que envelhecem de forma saudável podem manter uma vida ativa e saudável até morrerem de velhice. Além disso, elas não sofrem muitos dos aspectos indesejados do envelhecimento, como a perda dos dentes e a limitação de movimentos.
Doença x envelhecimento
O declínio de várias funções do corpo humano em decorrência da idade não é usualmente considerado como doença, apesar de essa distinção não ser tão clara algumas vezes. Por exemplo, a dificuldade em aprender um novo idioma e a tendência ao esquecimento são consideradas sintomas normais do envelhecimento. Entretanto, um declínio mental mais grave, envolvendo perda extrema da memória recente e a capacidade de aprender e de compreender o ambiente, embora comum na idade avançada, é considerado doença.
Mudanças corporais
À medida em que envelhecemos, nosso corpo sofre alterações notáveis. Frequentemente, os primeiros sinais de envelhecimento envolvem o sistema músculo/esqueleto. O desempenho físico começa a declinar por volta dos 35 anos – mesmo entre atletas de nível superior. Os órgãos do sentido também manifestam sinais prematuros de declínio, como a presbiopia, em que os olhos não conseguem focar objetos a curta distância. É comum a necessidade de óculos bifocais já a partir dos 40 anos.
A maioria das pessoas sofre um aumento de cerca de 30% na proporção de gordura corporal na meia idade. A distribuição da gordura também sofre alterações – menos gordura sob a pele e mais na região abdominal. Isso faz com que a pele se torne mais fina, enrugada e frágil e provoca mudanças no formato do corpo.
A maioria das funções internas também declina com a idade. Em geral, essas funções atingem seu pico pouco antes dos 30 anos e a partir daí iniciam um processo gradual mas contínuo de declínio. Ainda assim, a maioria delas permanece em um nível adequado por toda a vida, já que a maioria dos órgãos tem uma capacidade funcional bem superior às necessidades do corpo. São as doenças, mais que o envelhecimento normal, que provocam a perda da função dos órgãos na velhice. Ainda assim, devido à redução dessas funções, as pessoas idosas se tornam mais suscetíveis aos efeitos colaterais de drogas, mudanças ambientais, toxinas e doenças. Por exemplo, mudanças na função renal podem afetar dramaticamente a forma como pessoas de idade conseguem eliminar certas drogas de seu corpo.
Longevidade
A expectativa média de vida nos países desenvolvidos tem aumentado dramaticamente no último século. Apesar da maior expectativa de vida, a idade mais avançada que as pessoas podem atingir tem mudado pouco ao longo do tempo. Apesar dos avanços da medicina, poucas pessoas atingem os 125 anos. Vários fatores afetam a longevidade. Um deles é a hereditariedade, que tem um papel fundamental na determinação da probabilidade de uma pessoa contrair uma doença.
Outro fator é o estilo de vida: evitar fumar, abusar de álcool e drogas, manter peso e dietas saudáveis e exercício regular ajudam as pessoas a evitar doenças. Fatores ambientais também podem encurtar a expectativa de vida. E naturalmente fatores econômicos definem o acesso das pessoas aos cuidados médicos disponíveis.Fatores sociais têm um papel importante na saúde dos idosos. Pessoas de idade que mantém contato social regular, seja o cônjuge, amigos ou interesses externos, apresentam um nível mais baixo de problemas médicos. Um alto nível de educação também afeta o nível de saúde, estando associado à detecção prematura das doenças.
Fatores psicológicos coexistem com e podem complicar as doenças de pessoas idosas. Por exemplo, um idoso pode ficar deprimido se sua doença resultar em perda da independência ou se perder amigos ou entes queridos. Por essas razões, os geriatras normalmente recomendam cuidados multidisciplinares, em que médicos, assistentes sociais, terapeutas e psicólogos planejam e implementam um programa de tratamento sob a liderança de um médico responsável.
Determinar quais mudanças estão exclusivamente associadas à idade e quais resultam do estilo de vida é normalmente difícil. Um estilo de vida sedentário, dieta desbalanceada, cigarros e consumo excessivo de álcool e drogas podem danificar vários órgãos ao longo do tempo, frequentemente até mais do que a idade em si. A adoção de um estilo de vida mais saudável pode prevenir e até reverter alguns tipos de declínio, independente da idade.
As informações contidas neste site não substituem em hipótese alguma as orientações dadas pelo seu médico. Somente ele está apto a diagnosticar e tratar qualquer problema de saúde.
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