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Finanças: uma conversa de filho para pai

Há algum tempo estamos às voltas com estratégias para reorganizar nossa situação financeira e recompor – pelo menos em parte – as perdas sofridas após a crise do ano passado. Tentamos nos tranqüilizar dizendo que com medidas apropriadas e paciência poderemos reverter em grande parte os prejuízos sofridos. Afinal, temos ainda algum tempo pela frente para isso. Mas e nossos pais? Como estão as finanças deles? Como essa crise afetou seus rendimentos e planos de aposentadoria?

Dadas as diferenças culturais, poucos pais discutem finanças abertamente com seus filhos. Seus pais estão acostumados a vê-lo como a criança sob seus cuidados – é difícil para eles aceitarem a idéia de que os filhos cresceram, amadureceram e podem estar agora na posição de dar os conselhos que antes cabia a eles oferecer.

Às vezes, o medo de considerar a possibilidade de seus pais se tornarem doentes, frágeis e dependentes pode fazer com que você evite pensar no assunto. Reconhecer esse medo vai ajudá-lo a lidar com essa questão. Outro fator a considerar é até que ponto sua própria atitude com relação a dinheiro não está influenciando sua atitude com relação às finanças de seus pais.

Lembre-se de que durante toda a sua vida, seus pais tentaram prover todas as suas necessidades e oferecer um exemplo de vida. A possibilidade de não poder bancar o seu próprio sustento e necessitar do auxílio financeiro dos filhos – provavelmente às voltas com suas próprias dificuldades financeiras – pode ser difícil de aceitar e de reconhecer.

Lembre-se também de que muito provavelmente seus pais vieram de uma história de vida muito diferente da sua, tendo sobrevivido a fortes crises econômicas, mercados de trabalho reduzidos em comparação com o atual e dificuldade de acesso à educação. Sob essa perspectiva, é possível que eles também tenham reservas quanto à sua forma de lidar com o dinheiro, seu nível de consumo e hábitos de poupança.

O sentimento mais comum para os pais é o de estar perdendo o controle de suas finanças – e por analogia de sua vida – para os filhos, que aos olhos dos pais continua sendo uma criança. Por isso, é crucial desenvolver o quanto antes uma relação de confiança e uma comunicação transparente sobre dinheiro com seus pais. Ter essa comunicação rolando quando as coisas estão calmas vai fazer toda a diferença nos momentos em que o assunto se tornar crítico e decisões importantes e difíceis sobre dinheiro tiverem que ser tomadas.

Não se sinta frustrado se forem necessárias várias tentativas para conseguir com que seus pais comecem a se abrir com você. Comece a discutir o assunto o mais cedo possível – você não vai querer que essa conversa seja motivada por uma emergência de qualquer espécie.

Como tocar no assunto?

Você precisa saber se seus pais irão precisar de sua assistência no futuro. E o melhor momento para começar a ter essa conversa é quando eles estão bem e não há crises no horizonte. Ainda assim, prepare-se para uma conversa difícil. Algumas dicas para ajuda-lo nesse processo:

  1. É normal colocar-se na defensiva quando alguém levanta um assunto que consideramos delicado. Aproveite momentos descontraídos como uma refeição ou um bate papo durante o cafezinho para trazer o assunto à tona. Ter outra pessoa na conversa pode ajudar para que a conversa transcorra em clima descontraído e objetivo. Algumas vezes, pode ser mais fácil que essa conversa seja iniciada por outra pessoa, como sua esposa ou seu marido.

  2. Expresse sua preocupação com a situação financeira de seus pais – será que eles estão necessitando de ajuda financeira e sem coragem de pedir? Reforce que você não quer bisbilhotar ou interferir na forma como eles vêm administrando seu dinheiro. Tampouco está preocupado com sua futura herança ou tem a pretensão de achar que está melhor preparado que eles para lidar com dinheiro. Eles precisam estar seguros de que irão manter o controle de suas finanças. Enfatize que você está preocupado em assegurar a qualidade de vida de seus pais agora e no futuro – eles provavelmente apreciarão sua preocupação e gostarão de saber que podem contar com você.

  3. Ofereça-se para acompanhar seus pais em uma reunião com seu gerente de banco, consultor financeiro ou contador. Caso eles não tenham ninguém em especial cuidando desse assunto, pode ser uma boa idéia conversar com alguém especializado em assuntos relacionados a aposentadoria.

  4. Comece falando sobre seus próprios planos. Explique o que você e sua esposa estão fazendo com relação a seguros, planejamento financeiro, seguro saúde, etc. Falar com transparência sobre suas próprias finanças deixa seus pais confortáveis para falar sobre as dúvidas e preocupações com relação ao futuro.

  5. Se seus pais insistirem em evitar esse tipo de conversa, traga o assunto de forma indireta, mencionando “um amigo que…” ou “um artigo que você leu sobre…” . Por exemplo: “Meu amigo Caio está preocupado porque seus pais não têm um seguro saúde. Eu fiquei pensando se as coberturas do seu plano de saúde são suficientes em caso de uma doença mais séria…”

  6. Use as reportagens sobre saúde, envelhecimento ou assistência médica para trazer o assunto à baila. Comente o artigo e pergunte o que estão fazendo com relação a isso.

  7. Dê-lhes de presente um livro sobre finanças. Se eles acharem a leitura difícil, ofereça-se para discutir com eles os vários capítulos.

O que você precisa saber?

Tão importante quanto decidir como administrar as finanças de seus pais é conhecer os desejos de seus pais com relação a vários aspectos importantes e ter acesso às informações necessárias quando a ocasião exigir. Todo mundo evita discutir esses assuntos mas é importante que os filhos conheçam os desejos dos pais com antecedência para que eles sejam respeitados quando o momento oportuno chegar. Você deveria saber:

  1. Onde os documentos importantes como testamento, extratos bancários, apólices de seguro e histórico de impostos estão guardados. Também é necessário saber como acessar senhas de contas bancárias.

  2. Se seus pais têm dinheiro suficiente para viverem até o resto de suas vidas ou se você precisará ajuda-los financeiramente dentro de algum tempo.

  3. Quais são suas receitas e despesas mensais.

  4. Quais são as economias acumuladas para os anos de aposentadoria, como estão investidas e que rentabilidade estão oferecendo.

  5. Se eles têm seguro-saúde e se o plano cobre reembolso de medicamentos, hospitalização, exames e doenças prolongadas. Se é suficiente para atender suas necessidades e, caso não seja, de onde virá o dinheiro para cobrir as despesas restantes.

  6. Como eles gostariam de lidar com um caso de doença prolongada. O que seus pais gostariam de fazer caso não possam mais viver sozinhos – se gostariam de envelhecer em sua própria casa, contando com a ajuda dos filhos, morar com eles ou estar em uma clínica de repouso.

  7. Se têm um testamento e uma procuração para a tomada de decisões relacionadas a saúde em caso de incapacidade mental. Caso tenham, em nome de quem está essa procuração e onde está guardada.

Como você pode ajudar seus pais a se preparar para o futuro?

  1. O assunto mais importante a ser discutido é provavelmente a questão de saúde. Os custos relativos a tratamentos médicos e hospitalização são consideráveis e normalmente mais altos do que se imagina. Para fazer frente a esse tipo de despesas, o melhor é ter um plano de saúde que cubra doenças prolongadas, já que os planos comuns não oferecerem esse tipo de cobertura. Seguros de saúde podem ser adquiridos a uma fração do que seria gasto em poucos meses de internação em uma clínica. É vital se preparar para cuidados prolongados, pois esse item é responsável pelas despesas mais altas durante a terceira idade.

  2. Ajude seus pais a se organizar e simplificar suas vidas. Explique como funciona e ajude-os a colocar suas receitas e pagamentos em depósito e débito automáticos. Além de mais prático, é muito mais seguro.

  3. Explique a seus pais a importância de ter um testamento. Mesmo que considerem seus bens de pouco valor, um testamento facilita a vida do outro cônjuge e dos filhos. Convença-os a consultar um advogado para avaliar as questões fiscais e as modalidades disponíveis para a transferência de bens pagando o mínimo de imposto possível.

  4. Seus pais também deveriam ter procurações individuais permitindo que o outro cônjuge e/ou os filhos possam fazer movimentações financeiras em caso de morte ou incapacidade mental. Outra providência importante é ter procurações para que a família possa tomar decisões cruciais relativas a tratamentos médicos em caso de doenças terminais ou incapacidade permanente.

Um último alerta: ao pensar em discutir esse assunto com seus pais, talvez fosse interessante tornar essa reflexão mais abrangente e considerar o assunto envelhecimento sob uma ótica mais ampla, que contemple seus filhos inclusive.

A aposentadoria é somente um aspecto do envelhecimento. Quando pais, filhos e netos contemplam um aumento em sua expectativa de vida, a questão de como fazer frente às necessidades financeiras de várias gerações se torna um item que não deve ser negligenciado.

Esta informação tem caráter educativo apenas. Procure a orientação de um consultor financeiro antes de tomar suas decisões de investimentos.

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Rosa Maria Paulino

Tudo começou assim: depois de anos investindo na carreira, eu parei de trabalhar. E aí, vieram todas as perguntas difíceis: Eu vou poder abrir mão de um salário? Como vou gastar todas as horas do dia? Será que vou ser feliz longe do mundo corporativo?

Eu não sabia, mas saí atrás das respostas. Fui ver como estavam as finanças. Relembrei  aptidões e habilidades. Resgatei o que me fazia feliz e decidi como gostaria de viver dali para a frente. E descobri que para ter um Futuro Sob Medida, eu teria que criá-lo.

 

Desde então, muita coisa aconteceu.​ 

 

Retomei o convívio com a família e fiz novos amigos. Adotei um estilo de vida mais saudável e equilibrado. Organizei e passei a controlar minhas finanças. Investi em atividades culturais e de lazer. E achei que minha experiência poderia ajudar outras pessoas na mesma situação.

 

Vamos nessa?

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