Rosa Maria Paulino

3 min

Entendendo a previdência complementar

Foi-se o tempo em que
 
aposentadoria significava parar de trabalhar e viver do benefício recebido da
 
Previdência Social – o INSS. Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro
 
e a deterioração da previdência social, uma série de medidas foram adotadas
 
para tentar melhorar as contas da previdência.

A Reforma
 
Previdenciária de 1999 prorrogou a idade mínima de aposentadoria, que passou a
 
ser 48 anos para as mulheres e 53 para os homens, com tempo mínimo de
 
contribuição de 30 e 35 anos, respectivamente. Além disso, estabeleceu o teto
 
da aposentadoria em 10 salários mínimos e adotou um fator previdenciário que
 
resulta na redução do valor do benefício. É crença geral que novas medidas
 
serão necessárias, como aumento da idade mínima e até mesmo redução do teto do
 
benefício.

Assim, é cada vez
 
maior a distância entre o valor da aposentadoria e a renda necessária para
 
manter o mesmo padrão de vida dos tempos em que se trabalhava. E é cada vez
 
mais evidente que cada um precisa assumir a responsabilidade de cuidar de seu
 
próprio futuro. A previdência complementar ou privada é a forma mais segura
 
para complementar a aposentadoria recebida da Previdência Social e permitir que
 
você e sua família possam viver com conforto e tranqüilidade essa fase da vida.

A
 
previdência complementar ou privada cresceu rapidamente a partir da década de
 
90, quando se tornou clara a rápida deterioração do sistema de previdência
 
social. Ela se tornou ainda mais atrativa quando passou a oferecer novos
 
produtos e a permitir a dedução das contribuições previdenciárias para fins de
 
imposto de renda, alíquota regressiva que reduz o imposto de renda no momento
 
do resgate e a transferência para outros fundos (portabilidade). Os planos
 
oferecem bastante flexibilidade: você pode aumentar ou reduzir o valor da
 
contribuição durante o período de contribuição (mas precisa entender as
 
implicações dessas mudanças…), mudar a forma de recebimento do benefício e os
 
beneficiários.

Existem
 
dois modelos de Previdência Complementar ou Privada:

Fechada: restrito aos
 
trabalhadores de uma mesma empresa, que patrocina o plano ou fundo de pensão.
 
Trabalhadores e empresa contribuem para esse fundo, que é administrado por uma
 
entidade de previdência privada fechada (EPPS).

Aberta: disponível para
 
qualquer pessoa física (plano individual) ou jurídica (plano coletivo). Esses
 
planos são administrados por instituições financeiras (bancos, empresas de
 
previdência privada, seguradoras), mediante pagamento de uma taxa de
 
administração e funcionam como um fundo de investimento de longo prazo. Existem
 
dois tipos de plano: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida
 
Gerador de Benefício Livre).

O
 
plano de previdência complementar oferece benefícios em caso de aposentadoria,
 
pagos ao participante do plano, morte, pago ao beneficiário indicado em
 
decorrência do falecimento do participante e invalidez, pago ao participante em
 
caso de invalidez total.

O
 
valor do benefício pago pela previdência privada vai depender do total de suas
 
contribuições, do tempo de contribuição e de quando pretende se aposentar.

Quanto
 
mais cedo você começar a contribuir para esses planos, maior será seu tempo de
 
contribuição e menor o valor a ser poupado a cada mês. Além disso, o efeito de
 
juros acumulados sobre o capital investido é fundamental para atingir sua meta
 
financeira. Em condições iguais, uma pessoa que comece a contribuir para um
 
plano de previdência aos 25 anos irá se aposentar com uma renda cerca de 2,5 vezes
 
maior do que outra que contribuísse a partir dos 35 anos.

Os
 
benefícios da previdência privada podem ser pagos de uma única vez, no momento
 
em que você se aposentar ou em parcelas mensais. Neste
 
caso, você pode decidir se quer receber valores mensais durante um tempo
 
determinado (por exemplo, 15 anos) ou se prefere receber um benefício mensal
 
enquanto viver. Você pode ainda determinar que o benefício seja pago a outras
 
pessoas após a sua morte.

Esta informação tem caráter educativo apenas. Procure a orientação de um consultor financeiro antes de tomar suas decisões de investimentos.

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