Rosa Maria Paulino

3 min

Dinheiro traz felicidade?

Administrar as
 
finanças é difícil para quem é sozinho, mas pode se tornar bem mais complicado
 
quando se vive a dois. A causa mais comum de brigas entre casais é o dinheiro –
 
ou questões associadas a ele. E, ainda assim, a maioria das pessoas não fala
 
sobre o assunto. Noivos costumam passar meses planejando em detalhes a
 
cerimônia do casamento – da cor dos convites à decoração da igreja – mas
 
raramente discutem as diferenças entre seus estilos de ganhar, poupar e gastar
 
dinheiro.

Em última análise,
 
isso pode colocar em risco a realização dos projetos a dois. Tudo será mais
 
difícil – desde a troca do
 
carro até a compra da tão sonhada casa própria – se um dos dois não
 
conseguir manter o cartão de crédito na carteira.

Conversar
 
francamente sobre o aspecto financeiro da vida em comum é bom para o casal e
 
para o relacionamento. Até mesmo casais com hábitos de consumo saudáveis se
 
beneficiam ao desenvolverem em conjunto um orçamento doméstico e um
 
planejamento financeiro de curto, médio e longo prazo.

O processo deve acontecer antes do início da vida em
 
comum. O casal precisa
 
saber o total de dívidas – ou em um cenário ideal, o valor do patrimônio – que
 
cada um traz para a vida a dois. E, a partir daí, definir o estilo de vida que
 
pretende ter aos 25, 30, 40 ou 60 anos.

Ao se casarem, as
 
pessoas trocam um modo de vida focado em suas necessidades individuais por
 
outro em que é preciso levar em consideração as necessidades do cônjuge e dos
 
filhos. Nada mais natural do que discutirem e chegarem a um acordo sobre como
 
preferem conduzir as questões financeiras do casal: qual o limite de cada um ao
 
usar o cartão de crédito? Contas bancárias individuais ou em conjunto? Quem
 
pagará o quê?

O casal deve falar
 
francamente sobre os sonhos de cada um – da viagem à Europa ao aparelho de TV
 
em 3D e, de comum acordo, negociar quais serão adotados como projetos comuns e
 
qual o prazo para serem realizados.

Se houver dívidas, é preciso criar um plano para quitá-las. As mulheres evitam discutir seus débitos com medo de parecerem irresponsáveis ou frívolas na hora de gastar dinheiro. Os homens não falam sobre isso para que não sejam vistos como pessoas sem poder ou sem controle sobre sua vida pessoal. Mas essa situação precisa ser corrigida e você precisa fazer com que seu parceiro reconheça o problema para que possam resolve-lo juntos.

O ideal é ter esse
 
tipo de conversa antes que ela seja necessária. Ou seja, não espere estar à
 
beira da concordata para conversar com seu parceiro sobre o aspecto monetário
 
da relação. Em momentos de crise, fica muito fácil levar as críticas para o lado pessoal, perdendo o
 
foco da discussão.

Se o casal não
 
possuir dívidas, as coisas se tornam mais simples, mas ainda assim será
 
necessário decidir como investir o patrimônio existente ou como construir um ao
 
longo do tempo.

Aceite que cada pessoa tem um estilo de planejar, gastar e controlar, e deixe que o mais habilitado assuma as rédeas das finanças do casal. O que não quer dizer deixar de participar das discussões e se omitir das decisões.

Também é importante
 
definir como cada um irá contribuir para as despesas da família. Não existe uma
 
receita única de como deve ser feito. Alguns casais dividem as despesas entre
 
si de forma igualitária, enquanto outros definem sua participação por tipo de
 
despesa – um banca as despesas da casa enquanto o outro direciona a sua parte
 
para os investimentos do casal.

O importante é levar
 
em consideração as diferenças salariais, o patamar de despesas pessoais e até
 
mesmo o valor emocional atribuído a certas despesas. Nossa cultura define o
 
homem como o provedor do lar e é comum ver casais em que o marido paga as
 
despesas de moradia e alimentação enquanto a mulher se encarrega da educação
 
das crianças e do lazer da família, por exemplo.

Seja qual for a
 
escolha feita pelo casal, é importante que cada um se sinta confortável com a
 
forma e o nível de sua participação nas finanças familiares.

Esta informação tem caráter educativo apenas. Procure a orientação de um consultor financeiro antes de tomar suas decisões de investimentos.

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